Estado islâmico/cristão no Brasil?
- Frederico Anjos
- 24 de jun. de 2015
- 2 min de leitura

Folheando os jornais e navegando nas redes sociais nos últimos dias, temo-nos deparado com uma enxurrada de notícias envolvendo o tema: intolerância religiosa. O Brasil que sempre se orgulhou de sua boa fama de país multiétnico, multicultural e plurirreligioso, tem agora esfregado em sua face a triste realidade: Somos um povo intolerante! Alguns podem replicar: ”Mas os intolerantes são apenas uma minoria”. Quero ressaltar que os terroristas do Estado Islâmico também são a minoria dos Sírios, assim como o Boko Haram não é maioria populacional na Nigéria. O que faz destes grupos um câncer para a sociedade é sua atitude intolerante, agressiva e sua estrutura organizada com uma doutrinação alienante e radical.
Os atos criminosos dos últimos dias expõem as vísceras intolerantes de nossa sociedade. Um sentimento latente há muito fermentado por pregações enfurecidas. Onde líderes fanáticos, com feições distorcidas pela ira, espumam e esbravejam palavras de ordem contra tudo que afronta os ditames bíblicos. Os principais alvos são os LGBT’s e as religiões de matriz africana. Tais doutrinamentos radicais eclodem agora em agressividade, apedrejamentos, vandalismo, xingamentos e agressões. Púlpitos que deveriam servir de plataforma da divulgação da paz, tornaram-se ferramentas da disseminação do ódio. Microfones e câmeras de TV funcionam como armas de cauterização mental em massa nos mãos dos inquisidores dos tempos modernos. O Evangelho, que deveria ser o sal da terra, tornou-se ácido, amargo e pestilento. A Bíblia, usada como veículo de preconceito e ideias medievais opressoras.
Em um mesmo mês noticiou-se o apedrejamento de uma menina de 11 anos que saia de um culto Afro, a depredação do túmulo do médium Chico Xavier e o apedrejamento do centro esotérico “Casa do Mago”. Se considerarmos todos os atos de vandalismo contra terreiros de candomblé e umbanda que ocorrem há algum tempo veremos que é difícil acreditar que os crimes não tenham motivação religiosa.
Alguns acusam o ativismo anticristão de realizar os atos criminosos para “sabotar” os cristãos. Acho pouco provável. A argumentação de que não existe intolerância religiosa no Brasil é o mesmo que diz que não existe racismo em nosso país. Pura falácia! A síndrome de povo perseguido que os cristãos insistem em carregar, já não se sustenta.
Enquanto tivermos líderes religiosos motivando e incitando o ódio, enquanto tivermos ignorantes execráveis usando a Bíblia como desculpa para seu próprio preconceito, enquanto tivermos mais templos religiosos do que escolas e enquanto tivermos uma bancada evangélica no congresso legislando com uma “xariá” cristã, dificilmente conseguiremos reverter esse quadro.
Após dois mil anos de existência e de muito ser perseguida, num passado remoto, a Igreja de Cristo passou a perseguidora. Aos cristãos que discordam desses atos de preconceito e intolerância, eu convoco e desafio. Mostrem que realmente sua fé é baseada na caridade e no amor ao próximo. Desabonem e desestimulem os execráveis que incitam o preconceito. Alardeiem, divulguem e denunciem os falsos pastores e as falsas ovelhas do falso Cristo. Restaurem a confiabilidade a sua fé, que hoje em dia já está sendo comparada a Intolerância do Estado Islâmico.
Extremamente revoltado com tudo, Frederico Anjos.
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