Rio Doce, Paris, a compaixão e a ignorância do brasileiro.
- agorasimfudeu
- 16 de nov. de 2015
- 2 min de leitura

As mídias sociais estão em polvorosa com as péssimas notícias que as povoam. No âmbito nacional, temos o trágico e irresponsável acidente na represa da cidade de Mariana em Minas Gerais. Internacionalmente assistimos, estarrecidos, o massacre terrorista em Paris. Ambas as tragédias vitimaram centenas de seres humanos. Emergiram em nossos corações lágrimas pelas vítimas e familiares. Porém, a infeliz dicotomia maniqueísta dos pseudo intelectuais do facebook insiste em obrigar seus participantes a optarem por um lado.
Manifestações em apoio à tragédia francesa são rechaçadas com acusações de estrangeirismo, alienação e hipocrisia. Insiste-se em ressaltar que aqui também temos vítimas. Estamos vivendo o maior desastre ecológico da história brasileira. Sim, isso é verdade! Devemos, como brasileiros que somos, nos mobilizar em apoio aos que foram vitimados pela irresponsável e inábil atitude das empresas Samarco e Vale. Donativos estão sendo arrecadados por diversas instituições. Organizações não ligadas ao governo estão captando recursos para os desabrigados. E você? Que reclamou da bandeira francesa na foto de perfil dos que se sentem consternados com o atentado. O que tem feito pelos seus compatriotas brasileiros? Ou será que é mais uma disputa ridícula, desnecessária e burra, marca registrada dos imbecilóides facebookenos? Disputas tipo: PT x PSDB, Saci x Halloween, Bolsonaristas x defensores dos direitos humanos, Estatistas x privatistas. Quando será que vamos parar de sermos tão competitivos e começarmos a ser mais objetivos? Sei que pedir para os adoradores do futebol, das novelas e do carnaval parar e pensar só um pouco é difícil. Mas, vamos tentar, só um pouquinho.
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Tragédia são tragédias. Não é necessário escolher um lado para apoiar. Um lado por quem lamentar ou mesmo por quem orar. Ensejemos esforços para apoiar as vítimas de Minas Gerais. Manifestemos nossas insatisfações publicamente contra as empresas responsáveis. Não por serem privadas ou contrárias a nossas ideologias. Mas pela irresponsabilidade e corrupção. Mas, não nos esqueçamos de nossos irmãos franceses. Que foram vítimas da intolerância religiosa e do fanatismo. Publiquemos sim apoio àqueles que serviram de berço para a democracia moderna. Forcemos os olhos do mundo para o país que bradou o mote: “liberdade, igualdade e fraternidade” e agora é assassinado pela falsa religiosidade e pelo ódio travestido de ideologia. Principalmente, lembremos que o Estado Islâmico, o qual assumiu o nefasto atentado parisiense, tem no Brasil entidades, pessoas e religiões que comungam de princípios quase semelhantes. Porém, com a moldura cristã em seu Alcorão. Não é o Islamismo o inimigo. Mas sim, o fanatismo. Fanatismo que, tal como a lama pútrida que extinguiu a vida do Rio Doce,extingue a inteligência e a capacidade de discernimento do brasileiro.
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